Factos Desconhecidos Sobre o Rio Aras
Rio Aras
Poucos sabem a respeito do primeiro genocídio do mundo moderno, muitos diriam que fora a Primeira Guerra Mundial, mas pouco tempo antes, na primeira década do século XX, começava a desencadear o que viria a ser uma das maiores atrocidades que a história iria presenciar e que infelizmente por uma série de fatores fora encoberto e negado por muitos ao longo dos anos.
O Genocídio Armênio ou Holocausto Armênio como também é conhecido, foi um extermínio sistemático organizado pelo Império Otomano (atual Turquia) contra a população armênia localizada na Ásia Menor, ocorrido durante e depois da Primeira Guerra, os otomanos massacravam e forçavam o trabalho braçal dos homens e deportavam as mulheres, idosos e crianças para uma marcha da morte nos desertos Sírios. Em 24 de abril de 1915, foi datado o começo desse extermínio com a prisão de 250 intelectuais e líderes de comunidade em Constantinopla, o que fez com que o Império Otomano forçasse os armênios a saírem em uma marcha pelo deserto, sem água e comida, tendo que caminhar centenas de quilômetros, os massacres eram feitos de maneira indiscriminada entre gêneros ou idades, mulheres eram estupradas e a população era brutalmente dizimada como um todo, o número de mortes entre 1914 e 1918 ultrapassa a casa dos 600 mil, podendo ter chego em até 1.8 milhões de vítimas totais em 1923. Poucos sobreviventes ou foragidos do massacre formaram posteriormente as diásporas Armênias ao redor do mundo devido ao terrível genocídio.
O república da Turquia, estado sucessor do Império Otomano e o atual Azerbaijão negam o termo “genocídio” , criado em 1943 por Raphael Lemkin, por definir do grego a morte em massa de uma nação.
O fato da negação declarada por essas nações se diz respeito ao genocídio armênio ter sido de certa forma encoberto pela Primeira Guerra Mundial, onde os turcos também alegam terem perdido grande parte de seu povo em confrontos étnicos internos e de que os Armênios exageram ao falarem a respeito do número de mortes.
Felizmente em 2011 vinte e uma nações já reconheceram este lamentável acontecimento como um genocídio, assim como 43 estados dos Estados Unidos da América, que na época (1917) possuíam consulados no Império Otomano e mantinham sua neutralidade ate então para com a grande guerra.
Recentemente o presidente Barack Obama discursou a respeito dessa atrocidade, mais precisamente em 24 de abril de 2012, 97 anos depois do acontecido; em suas palavras o reconhecimento e o lamento eram descritos:
The White House
Office of the Press Secretary
For Immediate Release
April 24, 2012
Statement by the President on Armenian Remembrance Day
“Today, we commemorate the Meds Yeghern, one of the worst atrocities of the 20th century. In doing so, we honor the memory of the 1.5 million Armenians who were brutally massacred or marched to their deaths in the waning days of the Ottoman Empire. As we reflect on the unspeakable suffering that took place 97 years ago, we join millions who do the same across the globe and here in America, where it is solemnly commemorated by our states, institutions, communities, and families. Through our words and our deeds, it is our obligation to keep the flame of memory of those who perished burning bright and to ensure that such dark chapters of history are never repeated”.
“…athough the lives that were taken can never be returned, the legacy of the Armenian people is one of triumph. Your faith, courage, and strength have enabled you to survive and prosper, establishing vibrant communities around the world.”
As marcas do genocídio refletiram na cultura armênia, nas artes plásticas, na música e etc. O documentário Screamers de 2006, dirigido por Carla Carapedian e com participação dos membros descendentes de armênios da banda norte-americana System of a Down, nos expõe as declarações de alguns poucos sobreviventes do genocídio e conta com a trilha sonora e suas letras de cunho politico e protestos que remetem ao fato.
A Turquia até hoje nega o genocídio Armênio.
O que realmente ocorreu e suas precisas veracidades podem ser testemunhadas somente por um bem natural e comum entre as duas nações, as águas do Rio Aras.
Texto por : Eduardo Vieira
Bibliografia: armens genocide
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