Fundação da FRELIMO


No dia 25 de Junho de 1962, de acordo com o protocolo, a UDENAMO, criada na Rodésia do Sul, cujos membros eram recrutados entre os trabalhadores e emigrados vindos, sobretudo, de Manica, Sofala, Gaza e Lourenço Marques; a UNAMI, constituída no Malawi por moçambicanos maioritariamente originários de Tete, Zambézia e Niassa, e a MANU, que se forma em Mombaça, no Quénia, agrupando particularmente elementos de origem Makonde de Cabo Delgado, dissolvem-se e constitui-se a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). 
Na ocasião, é nomeada uma direcção provisória, encabeçada por Eduardo Mondlane, com o objectivo de organizar o I congresso da Frelimo, que se realiza de 23 a 28 de Setembro de 1962, em Dar-es-Salam, no Tanganyika.
 O I Congresso da FRELIMO, o “Congresso da Vitória”, define que o objectivo principal do movimento é a liquidação total da dominação estrangeira e a conquista da Independência de Moçambique.
A FRELIMO declarava, nos seus Estatutos, pretender acabar com a presença colonial e imperial portuguesa no país, alcançar a independência de Moçambique e defender as reivindicações dos cidadãos moçambicanos. Liderada pelo sociólogo Eduardo Mondlane, então funcionário das Nações Unidas, a FRELIMO transmitiu ao povo, combatentes e ao mundo a mensagem de que o objetivo da sua luta era derrubar o regime colonialista em Moçambique, e não matar o cidadão branco ou civil.
Havia consciência de que só unido o povo alcançaria a autodeterminação, tanto pelo reconhecimento da causa da luta bem como pela sua justeza.
O primeiro País que aceitou treinar os guerrilheiros moçambicanos foi a Argélia que, acabava de derrubar o regime colonial francês, após sete dolorosos anos de guerra. Na Argélia foram treinados três grupos de combatentes da FRELIMO.
Os que desencaderam a luta armada em 25 de Setembro de 1964 foram cerca de 200 guerrilheiros treinados na Argélia e mal equipados, mas determinados a dar o seu sangue pela pátria e pelas gerações futuras.
Em 1963, a Argélia acolheu três grupos de moçambicanos para receberem treinos de guerrilha, de modo a criar uma força militar. O primeiro grupo foi chefiado por Filipe Samuel Magaia; o segundo, por Samora Machel e o terceiro, por António Silva.
No seu regresso, os guerrilheiros estabeceram os primeiros campos de treinos militares, em Bagamoyo, em 1963, e em Kongwa, em 1964, na Tanzânia. A China enviou instrutores militares para esses campos. Nos princípios de Maio do mesmo ano, a FRELIMO enviou o primeiro contingente de guerrilheiros para a China, composto por onze elementos, nomeadamente, Filipe Samuel Magaia (chefe do grupo), José Macamo (Adjunto chefe do grupo), José Phahlane Moiane, Cândido Mondlane, Paulo Samuel Kankhomba, Alfredo Maria Manuel, Matias Víctor, Inoque Mutser, Francisco Madengo, Francisco Kufa e Sebastião Marcos Mabote. Enquanto a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) acolhia grupos de recrutas moçambicanos, países como o Egipto, Gana e Israel forneciam ajuda militar e formavam outros quadros moçambicanos.
Em Maio de 1964, a FRELIMO envia a Moçambique elementos para o trabalho clandestino, com o objectivo de organizar e dar tarefas concretas às populações, com vista ao desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
No norte de Moçambique, principalmente na região de Cabo Delgado e no Niassa, verificam-se movimentações de forças portuguesas e de guerrilheiros da FRELIMO.
A 25 de Setembro de 1964, é desencadeada a luta de libertação nacional por guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A luta armada de libertação nacional foi lançada em quatro províncias, nomeadamente, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia e Tete.
Alberto Joaquim Chipande foi quem comandou um grupo de 12 homens que atacou um posto administrativo na Localidade de Chai, matando o Chefe do Posto e outros seis soldados.
No entanto, Portugal, ameaçando sair da NATO, conseguiu suster essa pressão, forçando os grupos nacionalistas de Moçambique a procurarem ajuda junto da União Soviética.

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